DE 18 DE AGOSTO DE 2011 A 09 DE OUTUBRO DE 2011
Galerias Oscar Boeira, Ângelo Guido e sala Pedro Weingärtner
Galerias Oscar Boeira, Ângelo Guido e sala Pedro Weingärtner
Pela primeira vez, estarão expostas todas as obras do artista que pertencem ao acervo do Museu. Stockinger: Os Diversos Tempos da Forma homenageia os 57 anos do MARGS – instituição que Stockinger dirigiu duas vezes – e o artista, que completaria 92 anos este mês. E também é realizada no ano do cinquentenário do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre – onde o escultor foi o primeiro diretor.
Entre as cerca de 50 obras de Stockinger no acervo - selecionadas pelo curador-chefe do MARGS, Francisco Alves - um primeiro grupo é composto por esculturas modeladas em gesso (década de 1950), resultado direto de seu aprendizado com Bruno Giorgi. Foram produzidas até cerca de 1961 e são bustos convencionais, resultado de modelo vivo, e figuras religiosas. Entre essas obras, o destaque é uma figura feminina em tamanho natural, vencedora do Festival de Artes Contemporâneas de Porto Alegre, em 1960.
Um segundo grupo homogêneo constituiu-se de xilogravuras. Arte de reprodução, a custos baixos e em quantidade, elas representam uma fase na qual Stockinger precisou desenvolvê-las por dificuldades financeiras. Essa produção foi realizada por volta de 1956 a 1961, de tal forma que o artista transformou-se em prestigiado professor da técnica. Nesse ano, ele praticamente parou de produzir gravuras e passou a formar gravadores, ministrando aulas de xilogravura (o cursoGoeldi, 1961/64) no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Entre os alunos desse curso, destacaram-se, por exemplo, Regina Silveira e Vera Chaves Barcellos. Mas não só gravuras o MARGS possui. Este ano, junto com outras gravuras de Stockinger, reeditadas entre 2007 e 2009, está se incorporando ao acervo uma numerosa série de tacos (década 1950), que são as matrizes das xilogravuras, objetos que podem ser exibidos como documentos artísticos; além de belas peças de madeira entalhada, os tacos servem, também, para revelar os processos desta arte medieval, que se mantém viva e atual até o presente.
Entre outras esculturas pertencentes ao Museu destaca-se - em bronze, ferro e madeira- o exemplar mais conhecido da série dos Sobreviventes - conjunto com somente pouco mais que dez peças. Trata-se de um animal aterrorizador, feito com madeira, sucatas de ferro, ossos de animais e partes de bonecas de plástico. Essa série foi realizada sob caráter político-social, mas as obras acabaram por tomar feições incrivelmente horrendas, como denúncia da miséria humana, no sentido de expor o papel dantesco e destruidor que o Homem pode vir a assumir
com os seus atos.
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